sábado, 23 de agosto de 2008

E-mails de amor também são ridículos

“Para isso se escrevem as cartas de amor. Não para dar notícias, não para contar nada, não para repetir as coisas por demais sabidas, mas para que mãos separadas se toquem, ao tocarem a mesma folha de papel”, diz Rubem Alves. E eu, levada por Álvaro de Campos, acrescentaria: - E para que sejam ridículas.

Se as cartas de amor servem para que mãos que estão distantes se toquem, para que servem os e-mails de amor?

As ocorrências da (pós)modernidade também requerem reflexões. Se Rubem Alves falou das cartas de amor, falarei eu dos e-mails de amor, usando para tanto o mesmo raciocínio.

Bem, não posso justificar a escrita dos e-mails de amor com o toque das mãos, pois são recebidos em telas frias muito distantes. Aliás... A mensagem propriamente dita não pode ser tocada por quem a escreve, muito menos por quem a recebe.

Assim como as cartas de amor, os e-mails de amor nada querem dizer. Não há ali nenhuma notícia ou novidade. Os e-mails de amor tão somente servem para que os meus olhos toquem os seus. Servem apenas para que diante da mesma imagem – que configura a organização de letras encadeadas formando palavras e frases – os nossos olhares se cruzem.

E isso basta!

(Tudo bem... Também servem para que sejam ridículos.)


:P

4 comentários:

Anônimo disse...

São mesmo, né?

Maiara Bonfim disse...

São!

Anônimo disse...

As vezes ser rídiculo faz um bem danado!rsrs

Anônimo disse...

Podem até ser ridículos, assim como as cartas de amor, mas não podemos negar que aos apaixonados, "o ridículo" é dexado de lado para tornar-se na mais bela demonstração de um sentimento...

Mai,e as cartas de amigos também são ridículas??