Fragmentos

Marcado para 17 horas. Eram 18 e o portão ainda não havia sido aberto. Ventava muito e fazia frio. Pronto. Acesso liberado. Colares no pescoço e expectativa. Surpresa no palco. Era ele. Passando o som. Sai. Ainda vamos ter de esperar. Aproveitamos para tirar umas fotos. Ouvia música eletrônica. Queria axé-pop-rock-afro-samba-reggae cheio de atitude. O apresentador divulgava pela décima quinta vez os próximos shows. Estava prestes a dar um “piti”, gritar, ligar para a imprensa, sei lá. A chuva não parava. Eis que surge o vocalista sagitariano mais lindo e a sua trupe. O som contagia. Delírio... Passou o frio, o cansaço da espera já não existia. Agora, acompanhar as letras de todas as músicas era a única preocupação plausível. Um pacto com São Pedro. A chuva parou com os primeiros acordes. O céu ficou limpinho. A lua cor de prata e (até) São Jorge resolveram aparecer para nos fazer companhia. Companhia: outro detalhe importantíssimo. Fundamental a presença de quem gostamos e queremos por perto num momento como esse. Aí, realmente, posso usar o adjetivo PERFEITO. Vai chegando o final. Mas... Ainda está tão cedo para terminar! “I have to go now”. Entendo, mas não me conformo. O tempo ia acabando. O convidado se espalhava no palco e ninguém fazia nada. Era a última música, eram últimos sons. “Ê saudade... Que bate no meu coração” tocava aqui só para mim. E a chuva voltava a cair de mansinho.

Tomara que o Pará seja perto!

;)